Livro: Coraline
Gênero: Fantasia
Publicação: 2002/Inglaterra
Autor: Neil Gaiman
Onde comprar:
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Livraria Travessa
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RESUMO DA OBRA
Coraline
acabou de mudar de casa com seus pais. Nesta nova, por ser tão grande, sua
família possui apenas uma parte. Há muitas janelas e portas. E uma porta que se
abre para uma parede de tijolos. Aparentemente. Na vizinhança há as senhoritas
Spink e Forcible que possuem cães, o velho senhor que conversa com ratos
artísticos e há um gato que não fala.
Certo
dia, entendiada, Coraline resolveu explorar a casa. E quando abriu aquela
pequena porta, viu que havia um vão. E entrou. Do outro lado, a casa se parecia
com a sua. Uma mulher, parecidíssima com sua mãe, se apresentou como “sua outra
mãe”, assim como seu outro pai. E eles tinham botões no lugar dos olhos. As
senhoritas Spink e Forcible faziam shows para uma plateia de cachorros. O velho
senhor organizava o concerto para os ratos. Todos eles com botões no lugar dos
olhos. E havia ainda o gato, que agora falava e teimava em dizer que era o
mesmo gato dos dois lados da casa.
Coraline,
de início, até gosta de viver neste mundo. Seus outros pais parecem se importar
muito com ela, e sua outra mãe cozinha deliciosamente. (Na sua casa de verdade,
seu pai sempre inventava novas receitas, o que deixava Coraline furiosa.) Mas
nem tudo é perfeito. Isso porque sua outra mãe quer costurar botões no lugar de
seus olhos e, depois disso, Coraline seria para sempre sua. Apesar dos
brinquedos bacanas, da comida, do quarto, Coraline começa a ver que esse mundo
não é tão maravilhoso assim, até porque seus pais verdadeiros desaparecem nas
garras da outra mãe. E o amor de sua outra mãe é doentio, uma espécie de jogo
ao qual ela pensa que Coraline irá perder e render aos seus encantos.
E
quando a outra mãe é contrariada, ela não fica feliz. Coraline percebe esse
lado cruel e tenta voltar para sua verdadeira casa. Mas, para isso, tem que
inventar um jogo para salvar seus pais e outras três crianças com vidas já
sugadas pela outra mãe.
COMENTÁRIO
DAS AUTORAS
Coraline é uma obra encantadora, longe
de ser apenas para crianças. Esse universo sombrio nos faz perceber a
importância da família, de ser corajoso e tentar vencer a todo custo. O livro
ensina que verdadeiramente não queremos tudo aquilo que é convidativo. Coraline
é uma protagonista incrível, exploradora, cativante. O gato é outro personagem
marcante, sempre ali para ajudar a menina.
A
cena final, a batalha final mostra como temos aqui uma heroína que entendeu
finalmente que seu lugar é com seus pais verdadeiros, não importa o quanto às
vezes eles parecem se envolver demais no trabalho e deixá-la sozinha.
Neil
Gaiman construiu um mundo tão sutilmente assustador. Se o objetivo era que
ficássemos agoniados com os olhos de botão, ele realmente conseguiu. Aqueles
olhos que você não sabe o que está se passando, e que se tornam amedrontadores por
serem tão misteriosos.
TRECHOS
— Os ratos têm uma mensagem
para você — sussurrou.
Coraline não sabia o que dizer.
— A mensagem é a seguinte: Não
passe pela porta. — Fez uma pausa. — Isso faz algum sentido para você?
Pag. 23
— Gatos não têm nomes — disse.
— Não? — perguntou Coraline.
— Não — respondeu o gato. —
Agora, vocês pessoas têm nomes. Isso é porque vocês não sabem quem vocês são.
Nós sabemos quem somos, portanto não precisamos de nomes.
Pag.41
— Por que ela me quer? —
Coraline perguntou ao gato. — Por que quer que eu fique aqui com ela?
— Quer algo para amar, acho —
respondeu o gato. — Algo que não seja ela. Pode ser que queira algo para comer
também. É difícil dizer com criaturas daquelas.
Pag. 65
Às vezes, Coraline esquecia-se
de quem era enquanto explorava o Ártico, a floresta amazônica, ou a áfrica
desconhecida em seus devaneios, e era somente quando lhe davam uns tapinhas nas
costas ou chamavam o seu nome que coraline retornava de um milhão de milhas com
um susto e, em frações de segundos, tinha que se lembrar de quem era, de qual
era o seu nome e até mesmo quem estava lá.
Pag. 67
— Se você nem mesmo vai falar
comigo — disse Coraline —, então vou explorar.
— É perda de tempo — disse o
outro pai. — Não existe nenhum outro lugar a não ser aqui. Foi tudo o que ela
fez: a casa, o terreno e as pessoas da casa. Ela fez e esperou. — Então ele
pareceu constrangido e pôs o dedo em frente à boca novamente, como se tivesse
acabado de falar demais.
Pag. 70
— Você realmente não entende,
não é: — disse. Eu não quero tudo o que eu quiser. Ninguém quer. Não realmente.
Que graça teria ter tudo o que se deseja? Em um piscar de olhos e sem o menor
sentido. E daí?
Pag.
116
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