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Doce Vingança de Nora Roberts

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Feérica, de Carolina Munhóz

"As fadas existiam porque humanos ainda acreditavam em sua existência. Violet decidiu que já era hora de mostrar que eles tinham motivo para isso."
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Especial de Aniversário de Clarice Lispector: A Hora da Estrela e Um Sopro de Vida

"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens."
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Biografia de Harrie Stowe

"Eu sinto que agora é o tempo em que mesmo uma mulher ou criança que sabem falar uma palavra de liberdade e humanidade é obrigado a falar..."
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domingo, 16 de novembro de 2014

Divã, de Martha Medeiros

Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, 
porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. 
Acho que sou promíscua, doutor Lopes. São muitas mulheres numa só, 
e alguns homens também. Prepare-se para uma terapia de grupo.
(MEDEIROS, Martha. Divã, pag. 11)

   Divã é a primeira novela escrita por Martha Medeiros, lançada em 2002. Consagrada pela crítica, recebeu os seguintes elogios da autora Lya Luft: “Gosto demais do que Martha escreve: toca em sentimentos sem ser sentimentaloide, é bem-humorada sem ser superficial, é irônica sem ser maldosa.”
  Divã conta a história de Mercedes, uma mulher com mais de 40 anos que procura a psicanálise. É casada, tem filhos, é professora particular de Matemática e parece viver uma vida comum, uma vida pacote de classe média, onde tudo aparentemente acontece sem novidades, sem exageros, sem grandes emoções. Mercedes quer se entender, quer dar a voz à mulher que existe dentro dela, que é mais ousada, mais faminta por novas vibrações. Lopes é seu psiquiatra, o homem a quem dirige todas as falas, que a ajuda a raciocinar quem é a Mercedes que quer se mostrar ao mundo.

Não estou vivendo perigosamente. Troque o perigosamente por intensamente, inconsequentemente, apaixonadamente. Não há perigo. Perigoso é a gente se aprisionar no que nos ensinaram como certo e nunca mais se libertar, correndo o risco de não saber mais viver sem um manual de instruções.
(MEDEIROS, Martha. Divã, pag. 61)

Divã, de Martha Medeiros
   O livro é narrado por Mercedes, no consultório, falando com Lopes. Por três anos manteve regular sua ida ao psiquiatra. Em três anos de sua vida e em cerca de 160 páginas, os leitores podem observar de perto a transformação de uma mulher ansiosa por sair da acomodação que vive com o marido e os filhos, e migrar para uma vida de aventuras, de novas ideias e sentimentos transbordantes que antes pensava que não ia sentir. É uma linha do tempo, porém com momentos de lembranças do passado, da mãe que morreu quando Mercedes era criança, dos namorados antigos, da sensibilidade aos barulhos do marido Gustavo que se tornaram quase indistinguíveis do silêncio, da sua relação com Mônica, sua amiga, e a narrativa da trajetória recente, dos amores recentes, da filosofia em constante mudança, da metamorfose do corpo e das impressões deixadas pela idade.
   Divã possui uma narrativa muito especial: nos leva ao consultório do psiquiatra Lopes, nos permite relaxar numa poltrona e ouvir o que essa mulher tem a dizer sobre sua vida. Conheci o filme primeiro e por ter gostado tanto, fiquei muito feliz ao saber que tinha sido originado a partir de um livro, que finalmente tive a oportunidade de ler na íntegra. Apesar de ser sobre uma mulher com seus 40 anos, é um livro sobre experiências e, portanto, várias faixas etárias podem aprender/refletir sobre o que foi escrito.
   Divã foi adaptado para o teatro e depois cinema, em 2009, com o filme homônimo, estrelado por Lilia Cabral, José Mayer como Gustavo, Alexandra Richter como Mônica e dirigido por José Alvarenga Jr. e para a televisão, todos com Lilia Cabral.

Vidas não são entregues em kits personalizados, compostos 
por dois sonhos, meia dúzia de projetos e uma única maluquice: 
essa costuma ser a munição que cada pessoa recebe ao nascer, 
para que a ordem seja mantida na sociedade. Eu aceito a parte que 
me toca, mas ninguém me impede de incrementar o dote.
(MEDEIROS, Martha. Divã, pag. 168)


Escrito por MsBrown
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