Pais, a realidade é dura. Somos nada, somos apenas
um
parque de diversões momentâneo enquanto não chega ela,
a verdadeira rainha
do lar, a dona da banca, a estrela da novela,
a pessoa mais importante na vida
dos seus filhos: a mãe.
(REBOUÇAS, Thalita. Fala sério, pai!, p. 34)
Fala Sério, Pai!, de Thalita Rebouças, lançado em 2009, é um dos livros mais deliciosos de ler que já tive o prazer de adquirir. Nenhuma página se passa sem uma risada, sem uma visão engraçada da realidade da convivência entre pais e filhos.
Neste volume, parte de uma série de outros 5 livros, Thalita Rebouças narra pelos olhos de Armando, o pai da já famosa Malu, as aventuras dessa dupla pai-filha desde a primeira crônica de um sopro de vida: o nascimento de Malu. A seguir, cada capítulo descreve um acontecimento de um ano da vida dela. Na maternidade, o primeiro amor, o corte de cabelo, aquele em que meninos são bobos, aquele em que Armando fez papel de pai-mico, ih, a madame Silicone, o papai meste-cuca e outros, até chegar no voo solo, quando Malu sai de casa para viver suas aventuras agora sem ele, o melhor pai do mundo. Malu também nos permite ver o mundo como ela, na segunda parte do livro. E percebemos, tamanho humor, que tal pai tal filha!
Fui para perto do berço e não conseguia parar de
olhar para Maria de Lourdes. Absolutamente hipnotizado,
idiotizado, encantado. Ela
era perfeita, tinha saúde e muito,
muito cabelo. Extasiado, constatei que
aquele, sim, era o melhor
gol da minha vida. Um gol de placa.
(REBOUÇAS, Thalita. Fala sério, pai!, p. 21)
![]() |
Fala sério, pai!, de Thalita Rebouças |
Armando adora a Maria de Lourdes, que após alguns anos vira só Malu, para os íntimos exceto a mãe, mas às vezes essa menina que nasceu com cara de joelhinho esquisito e que abria o maior berreiro em muuuuitas ocasiões o deixa sem saber o que fazer. Pai de primeira viagem, Armando aprendeu muito sobre crianças, e sobre meninas, quando se viu no papel de homem mais engraçado do mundo, pai mais legal... mas só durava quando estava só; era só a mãe da menina chegar e, bum!, ele não era ninguém. Armando narra suas aventuras como pai-mico, pai que não sabe tudo e que não sabe dizer "não", porém não perde o posto de pai mais divertido. Malu passa por todas as fases de sua vida tendo o pai ao seu lado, seja para aprontar travessuras junto, seja para receber broncas, seja para ouvir conversas de seu pai com sua mãe sobre ela cheias de indignação.
Já me considero fã da Thalita Rebouças pois acompanho suas crônicas lançadas no site da Veja Rio, clique aqui, e não há texto dela que não me atinga lá onde está guardado meu bom humor. Fala Sério, Pai! foi o primeiro livro dela que li, e adorei. O humor dessa carioca é transcrito perfeitamente no papel, impossível não arrancar umas risadas de qualquer leitor, seja pai, seja filho.
Meu pai estava tão frágil, tão tristinho… tão
menino. E eu me senti na
obrigação de tomar conta do meu pai-menino naquela
hora. Muito
estranho esse negócio de virar pai dos nossos pais. De repente, do
nada,
parece que eles são seres indefesos, que precisam mais da gente do que a
gente deles.
(REBOUÇAS, Thalita. Fala sério, pai!, p. 253)
Escrito por MsBrown
0 comentários:
Postar um comentário
Comente sempre que quiser. Não deixe de sugerir, criticar e elogiar as postagens, se for o caso. Deixe seu endereço para retribuirmos a visita.