Sensual e envolvente, o livro Nosso Amor de Ontem (The Marriage Bed) de Laura
Lee Guhrke apresenta-se dócil, com linguagem simples e foi lançado no Brasil
pela editora Nova Cultural sob o selo Sabrina (livros românticos de banca especialmente
para as mulheres de baixa renda, mas que atingiu às de outras classes sociais).
Victoria o odiava agora
porque o marido caíra do pedestal em que o colocara. Deixara de ser um herói e
se tornara um sujeito comum.
(GUHRKE)
Nosso Amor de Ontem, de Laura Lee Gurhke pela Nova Cultural |
É a história de um casal londrino de
1833, juntos há nove anos. Ou devo dizer, juntos apenas legalmente? A verdade é
que eles não se suportam. Victoria havia se apaixonado por John Hammond à
primeira vista e depois que se descobriu traída, afinal, John envolveu-se com
uma amante no dia de seu casamento e ainda apenas casou-se pelo dinheiro,
Victoria torna-se fria e desiludida. Quando participa de bailes, tem que lidar
com as outras amantes do marido. Já não mora com ele, e não é segredo nenhum
para a alta sociedade, em que a fofoca é disseminada rapidamente. John continua
construindo sua má reputação, envolvendo-se com mulheres e as conquistando. No entanto,
quando seu irmão falece, as esperanças de John de mantê-lo herdeiro desaparecem.
Hammond precisa de um herdeiro legítimo. Ao recorrer à Victoria, única pessoa
capaz de satisfazer esta necessidade, John se vê na árdua tarefa de
reconquistá-la.
— Tenho ódio de você. — Victoria se afastou, ofegante. — Por ganhar meu amor e destruí-lo e por não fazer mais do que duas tentativas inócuas para me reconquistar. E por voltar agora, apenas porque precisa de algo que nenhuma outra mulher pode lhe dar.
(GUHRKE)
Victoria tem muitos ressentimentos no
coração, difíceis de ignorar. O homem que amou a traiu diversas vezes e parece
nem se importar. Agora vem com esta estranha ideia, exigindo dela as obrigações
de um casamento. John quer que ela volte a morar com ele, por bem ou mal. Ameaça
recorrer à justiça, no início, porém Victoria cede após um tempo. A intenção de
John não é apenas ter um herdeiro, é voltar a ser feliz num casamento feliz. Se
ele ama Victoria? Todo o esforço para reconquistá-la é de se admirar. E Victoria
o ama? Apesar das mágoas, ela também espera um casamento feliz.
Passam a se encontrar regularmente e
desenvolvem constantes brigas. O passado precisa ser esclarecido. Mas será que
ambos são capazes de resistir ao sentimento forte que é tão perceptível?
Embora tenha gostado de ler, penso que a
autora poderia mudar o assunto das brigas do casal. Claro que a traição deveria
ser sempre falada, porém ficou na mesmice em várias partes. Era como se
estivesse relendo uma cena anterior e por muito tempo os personagens não se
desenvolveram.
Algo que me chamou a atenção foi a data.
Casamentos de conveniências eram tão comuns na época que falar de amor era para
raras pessoas. E aqui se encontra essa mulher que acreditava que se casara por
amor, e o homem que era mais das conveniências. Mas é importante ressaltar
também que generalizações são vagas demais. E que o romance de amor situado em
Londres de 1833 tem suas credibilidades.
Escrito por MsBrown
Olá Ms Brown!
ResponderExcluirLi sua postagem e acho que você entenderá o que vivi ao escrever “Obsessão é obsessão” no http://jefhcardoso.blogspot.com
Abraço e boa semana!
Olá, Jeferson. Muito obrigada pelo comentário. Volte sempre!
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