Douglas:
“Pra que servem todos esses sentimentos?
Pra
que servem pai, mãe, família se só existe prepotência e injustiça?”
(BERARDI,
Giancarlo; MANTERO, Maurizio. Corpo de Delito, pag. 39)
Corpo de Delito,
da série de quadrinhos J. Kendall, Aventuras de Uma Criminóloga,
tem roteiro de Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero e desenhos de Valerio
Piccioni e Laura Zuccheri, tendo sido lançado na Itália em 2003 marcando a 56ª
aventura de Júlia Kendall, desta vez envolvendo o assassinato da família
Norton.
Capa da HQ da 56ª aventura de J. Kendall |
O jovem Douglas Norton é suspeito de assassinar seu pai, mãe e irmã. A
criminóloga Júlia Kendall não está totalmente convencida disso, e foi chamada
para ajudar na investigação um pouco antes. Sem um corpo de delito ou sem a
arma do crime, não era possível condenar o jovem, mesmo este tendo confessado
que era culpado. Será ele o culpado? É conhecido que passava por depressão e
pensava que odiava sua família, mas seria ele capaz deste crime? E as outras
pessoas envolvidas, teriam elas alguma ligação maior com o trágico fim da
família Norton?
“Também!
Quantas vezes ouvimos que a nossa sociedade vive de competição?
Que
todos devem buscar se destacar?” - Júlia
“E
não é assim?” - Alan
“Mas
nem todos têm condições, assim como nem todos podem vencer!
Quem
não consegue, faz o quê?” - Júlia
“Bem…
Imagino que deva aceitar o fato!” – Alan
(BERARDI,
Giancarlo; MANTERO, Maurizio. Corpo de Delito, pag. 48)
Júlia Kendall ouviu relatos de várias pessoas que tiveram contato com os
Norton e que tinham algo a dizer. Sendo Douglas o único sobrevivente da família
e tendo problemas de depressão, ser um tanto anti-social e ainda “odiar” sua
família deixa o trabalho de todos mais leve… No entanto, como poderia um garoto
de 16 anos com todas essas características ser o culpado do crime em um livro
de quadrinhos policial? As respostas são encontradas quando os investigadores
abrem mais a mente para entender o garoto, e eles podem descobrir fatos que nem
sequer pensaram.
A história em quadrinho possui 132 páginas com muita emoção. Os desenhos são
bem feitos e o desenvolvimento é verossímil. Em certos momentos, porém, notei
algumas cenas desnecessárias: poderiam acontecer naturalmente na vida da
criminóloga, no entanto não eram importantes para o livro; penso que era parte
da estratégia para enganar o leitor. Não pude deixar de notar a
semelhança entre Júlia Kendall e a atriz Audrey Hepburn. Após
pesquisar sobre a série, descobri que Júlia Kendall é inspirada na atriz Audrey
Hepburn, que atuou no clássico Bonequinha de Luxo (clique aqui), e a empregada e amiga Emily é
inspirada em Whoopi Goldberg, que atuou em Ghost.
Audrey Hepburn, a atriz inspiração para a fisionomia de Júlia Kendall |
Júlia Kendall, a criminóloga |
Os
quadrinhos foram criados na Itália em 1998 e somente publicados no Brasil por
volta de 2004, sendo chamados de Júlia. Como romances de banca já recebiam esse
nome, a editora teve que mudar para J. Kendall: Aventuras de Uma
Criminóloga. Saiba mais sobre Júlia Kendall clicando aqui.
Enquanto lia, algo me lembrava livros que costumava gostar quando
criança, cheios de suspense, da pergunta “quem matou essa personagem?” As imagens
tão bem desenhadas me transportaram para aquele mundo preto e branco em que
aconteciam coisas terríveis e que tinham que ser solucionadas rápido.
“É
tudo tão complicado! Eu me pergunto mas nem sei
se
é justo me perguntar!” – Patrícia
“Perguntar
a si mesmo não é errado,
se
responde com honestidade!” – Douglas
(BERARDI,
Giancarlo; MANTERO, Maurizio. Corpo de Delito, pag. 67)
Escrito por MsBrown
Não conhecia a trama,e me encantou saber que ela veio em formato de HQ's. Gosto de enredos que envolvam assassinatos,por isso me senti bastante instigada ao ler sua postagem... adoraria conhecer mais sobre. Vou pesquisar!
ResponderExcluirExcelente postagem, como sempre. Adoro o conteúdo diversificado que você nos oferta. Parabéns!
Um abraço!
http://universoliterario.blogspot.com.br/