Livro: A Cabana do Pai Tomás
Título original: Uncle Tom's Cabin
Publicação: 1852/Estados Unidos
Autor: Harriet Beecher Stowe
RESUMO DA OBRA
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FRASES
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Viviam numa casa, em Kentucky, nos Estados Unidos, o Sr. e a Sra. Shelby, incluindo o filho e os escravos. O Sr. Shelby encontrava-se em dificuldades financeiras e tinha uma dívida com Haley, um mercador de escravos. Para quitar essa dívida, mesmo contra sua vontade, o Sr. Shelby tem que dar seu escravo mais valioso, Pai Tomás (tomara este apelido por estar bem velho), e o filho de Elisa, Harry James (ou simplesmente Jim). Apesar de terem sido tratados muito bem nessa casa, Tomás e Elisa sabem que o seu novo amo poderá ser cruel. Desesperada, Elisa foge com Harry, com o objetivo de chegar ao Canadá e lá encontrar seu marido, George, que também tinha planos de fuga. Já Pai Tomás, sentindo-se em débito com seu amo, resolve não fugir e é levado por Haley. Haley o vende mais tarde para o Sr. Saint-Clare, que possui uma filha chamada Evangelina, e o trata bem. Mas nem tudo é assim tão simples, porque males o acompanham. Por outro lado, Elisa tem que manter-se fora das vistas do mundo. A época é quando o Congresso aprova a Lei do Escravo Fugitivo em 1850, em que os escravos fugidos eram perseguidos para retornarem a seus amos.
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Há boatos que a Guerra Civil Americana (1861-1865) se iniciou depois da publicação deste livro e que o presidente Abraham Lincoln, num encontro com a autora Harriet B. Stowe, ainda disse "Então você é a mulher que escreveu o livro que causou essa grande guerra". De fato, enquanto eu lia o livro, não me admirei que este pudesse causar essa guerra. A linguagem é simples, o conteúdo é ferino. É possível detectar claramente as intenções da autora, sempre fazendo os personagens que alimentavam a escravidão como seres cruéis, e alguns que se redimiam. E os escravos, por sua vez, sabiam ter seu momento de diversão, mas também ficavam enfurecidos durante uns instantes, e tinham grande fé em Deus, que aqui os impulsiona, no caso de Tomás, a ser bondoso para seus amos a despeito dos maus tratos, e à Elisa, que acredita que Deus o ajudará a atingir seus objetivos.
Para os leitores que não vivenciaram essa época, é importante entender os impactos de um livro assim. Naquela época, nos Estados Unidos, o país estava separado em Norte e Sul, sendo o Norte anti-escravidão e o Sul o oposto. A história da autora também é relevante, pois ela usa suas influências religiosas e seu pensamento nortista, sem medo de possíveis censuras. O livro virou best-seller pois muitas pessoas, já cansadas da escravidão, puderam se identificar e sentir empatia com o Pai Tomás e Elisa.
O livro brasileiro A Escrava Isaura (1875) foi bastante comparado com A Cabana do Pai Tomás. Há certa semelhança, pois os dois, além de serem sobre escravidão e sua injustiça, possui personagens que tem o objetivo de encantar o público. Isaura era branca e descrita muito romanticamente para ser lida no Brasil, Tomás e Elisa eram bondosos para produzir compaixão. Tinha também os algozes, favoráveis à escravidão que tratava de maltratar os escravos, e os abolicionistas, de pensamento liberal, atual, que se horrorizavam com o sistema.
— Maldita escravidão! E eu que pensava que se podia fazer alguma coisa a favor deles [os escravos]... Vejo, agora, que nada adianta. Compreensão e bondade são inúteis. O mal está na própria escravidão, e tudo que se faça para suavizá-la é ainda um mal. Senhores e escravos, tanto uns quanto outros, são uns desgraçados. (Pag. 25)
— Que profissão baixa! — continuou George. — Será que o senhor não tem vergonha de negociar gente como se lidasse com animais?
Haley sorriu:
— Enquanto os seus ilustres pais quiserem comprar ou vender escravos, estarei pronto para servi-los. (Pag. 48)
— Ora, ora, temos aqui um animal que se diz religioso! — zombou Legree com um sorriso feroz. — Mas já que é tão religioso, lembre-se do que diz a Bíblia: "Servo, obedecerás teu amo." E quem é aqui o amo, negro ordinário? Comprei você e minhas ordens têm de ser cumpridas!
— O amo comprou o meu corpo, não a minha alma — respondeu firmemente Tomás. — O dono da minha alma jamais a venderia. Minha alma é livre. E nela o meu amo não manda.(Pag. 98)
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